Espinosa, meu éden

Espinosa, meu éden

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

1911 - O poderoso Milan de Espinosa

Conseguir a posse de uma fotografia antiga é um prazer especial para mim, especialmente quando esta imagem reflete um capítulo importante da história de grandes amigos, alguns deles atualmente morando distante da nossa terra natal, Espinosa. A velha fotografia mostra um esquadrão poderoso do futebol de Espinosa lá pelos anos 70, se não me engano. Trata-se do Milan, equipe de jovens que por algum tempo se destacou no panorama futebolístico da cidade. Este time poderia ser enquadrado na categoria de juniores, com atletas de 12 a 17 anos, presumo. Naquela época em que o futebol de Espinosa era bastante animado e concorrido, havia as equipes de adultos, como o Santa Cruz e o Espinosense (ex-M. Teixeira); as equipes de garotos, como o Sayonara, Atletiquinho e o Cruzeirinho, e essa turma aí de então adolescentes. Campo gramado nessa época aí, nem em sonho. Era campo de terra batida, duro, empoeirado. E as chuteiras, eram de marcas como Nike e Adidas? Nem pensar! Alguns poucos tinham aquelas chuteiras de couro duro e a maioria se apresentava orgulhosamente com os famosos kichutes, calçados que esquentavam uma barbaridade, quase sempre resultando em dolorosos calos nos pés. Mas o famoso kichute era pau para toda obra e ainda servia para ir à escola, à Missa e até a alguma festinha.




Mas voltando ao Milan, aí estão na fotografia: Nivaldo de Minelvino, Monquém (nunca mais tive notícias), Gracialino Ramos (Véio), Zé Humberto (médico em Jequitaí-MG), Mílton Barbosa (atual prefeito de Espinosa), Jânio Ribeiro (mora em Belo Horizonte), Zé Alberto de Ieié (mora em Salvador), Ernani (mora em BH) e Derci (nunca mais tive notícias); agachados estão Carlinhos de Ieié (Mangabinha), Zezinho de Clérides, Tone Sepúlveda (Lacrau), Marquinhos de Zé Patim (mora em BH), Zé Carlos de Bica e Silvinho. A grande maioria dessa turma ainda mora em Espinosa. Acho que deles todos, poucos ainda continuam batendo uma bolinha, infelizmente.
Bons tempos do futebol espinosense. Na oportunidade, quero agradecer ao Ernani pela cessão da fotografia e ao Mangabinha por tê-la me repassado, e mandar um abraço fraterno e saudoso a toda essa turma de grandes amigos e bons companheiros de futebol, principalmente àqueles que não encontro há bastante tempo. Que Deus os abençoe e lhes conceda vida longa e saudável.   
Um grande abraço espinosense.

1910 - As gostosas e inesquecíveis marchinhas de Carnaval

Na história dos Carnavais, a "marchinha" sempre teve lugar de destaque na folia. Esse irreverente gênero da música popular brasileira predominou durante longo tempo, desde os anos 20 até os anos 60, quando seu prestígio decaiu muito com a chegada dos sambas-enredo das escolas de samba e, nos últimos anos, com a entrada massacrante do axé e de outras vertentes musicais na festa de Momo. As marchinhas ainda são muito executadas em bailes de clubes de algumas cidades do interior que mantém a tradição.





Chiquinha Gonzaga é considerada a primeira compositora a criar uma marchinha de Carnaval, com a sua música "Ô Abre Alas" de 1899. A música foi composta para ser usada pelo grupo carnavalesco Rosa de Ouro naquele ano, mas pode ser ouvida até hoje. Mesmo com a criação de novas marchinhas a cada ano no país, com temas atuais, as antigas são as mais apreciadas. Elas fazem, nas suas letras, críticas bem humoradas e até com duplo sentido a temas do cotidiano e aos costumes nacionais. São muitos os criadores dessas maravilhas que tanto encantaram e encantam os apreciadores de um bom Carnaval: João de Barro (Braguinha), Sinhô, Chiquinha Gonzaga, Alberto Ribeiro, Noel Rosa, Ary Barroso, Lamartine Babo, João Roberto Kelly, Haroldo Lobo, Joubert de Carvalho, Nássara, Mário Lago, Benedito Lacerda, Humberto Porto e tantos outros. 
Algumas marchinhas maravilhosas que nunca saem da memória dos carnavalescos de outrora:
Ô Abre Alas
Allah-Lá Ô
As Pastorinhas
As Águas Vão Rolar
Aurora
Bandeira Branca
Cabeleira do Zezé
Chiquita Bacana
Cidade Maravilhosa
Índio Quer Apito
Jardineira
Linda Morena
Mamãe Eu Quero
Marcha da Cueca
Maria Sapatão
Máscara Negra
Me Dá Um Dinheiro Aí
O Teu Cabelo Não Nega, Mulata
Pirata da Perna de Pau
Saca Rolha
Tahí
Turma do Funil
Um Pierrô Apaixonado
Você Pensa Que Cachaça é Água
Yes, Nós Temos Banana






É mesmo uma pena que a cada Carnaval as marchinhas vão tendo seu espaço reduzido na folia, tomado atualmente por ritmos completamente alheios à tradição. Mas mesmo escanteadas, as marchinhas permanecem firmes nas lembranças dos arlequins e colombinas dos bons e velhos tempos de alegria e confraternização, quando os Cardeais (que completam 50 anos agora) embalavam a nossa euforia juvenil nos bailes de Espinosa.
Um grande abraço espinosense.