Espinosa, meu éden

Espinosa, meu éden

sábado, 17 de março de 2018

1934 - 45 anos de um álbum clássico do Pìnk Floyd

A frase é antiga mas sempre atualíssima, assim como a música de qualidade: "coisa boa nunca envelhece". Estamos vivendo uma era espetacular de progresso vertiginoso da tecnologia, o que é muito bom. Mas como tudo na vida, há vantagens e desvantagens, ganhos e perdas, o que comemorar e o que lamentar. A indústria da música sempre investiu no lucro, claro. O importante, para ela, é apostar em artistas e estilos musicais que vendam milhões e tragam de volta cifras milionárias para os investidores. Nada estranho, no impiedoso mundo capitalista. Mas sempre havia espaço para a boa música. Se hoje ainda há boa música sendo produzida (e há), esse tal espaço ficou cada vez mais reduzido, sobretudo na mídia. A música descartável tomou conta do "pedaço", ou melhor, não de um pedaço, mas de quase todo o cenário musical. Restou a Internet, onde ainda se pode encontrar e descobrir tesouros. Mas chega de papo furado e vamos ao tema específico desta postagem: os 45 anos do lançamento de uma joia musical, o álbum "The Dark Side of the Moon", do merecidamente cultuado Pink Floyd. O oitavo álbum de estúdio da banda britânica formada à época por Roger Waters, David Gilmour, Richard Wright e Nick Mason, foi incensado pela crítica e definitivamente adorado pelos fãs, tornando-se um dos mais venerados discos da história do Rock. São 10 músicas espalhadas por 42 minutos e 30 segundos. Nas canções, efeitos sonoros inovadores e músicas menos extensas com mensagens mais diretas. Na arte da capa, criada pela Hipgnosis (grupo de design gráfico), uma mensagem que permanece fresca e aguda: é preciso irrigar a mente monocromática, oclusa e radical com luz abundante e rica culturalmente para se abrir a mente para novos horizontes. E como estamos precisando disso hoje em dia!


Uma história interessante sobre este disco é que o nome do álbum, "The Dark Side of the Moon" já havia sido utilizado anteriormente pela banda Medicine Head em um álbum, sem alcançar o mínimo sucesso. O álbum foi gravado no famoso Abbey Road Studios, em Londres, no período entre maio de 1972 e janeiro de 1973. As músicas tratam de vários temas, especialmente crises existenciais (em "Time"), a morte (em "The Great Gig in the Sky"), a riqueza (em "Money"), os conflitos armados (em "Us and Them") e a loucura (em "Brain Damage"). A banda ainda sentia o impacto da saída forçada do vocalista Syd Barrett devido a problemas de saúde mental e consumo de drogas.


O álbum "The Dark Side of the Moon" não é para ser ouvido simplesmente como qualquer outro, no carro, na farra, na festa. Para entender toda sua grandiosidade sonora é necessário se introduzir profundamente e sem amarras ou distrações no universo do prisma da capa. Sugere-se esquecer do mundo à sua volta durante os seus 42 minutos e 30 segundos de duração e, com o uso de um fone de ouvido de alta qualidade, fechar os olhos e descobrir que existem coisas estupendas neste mundo além do lixo que aparece naquele programa da TV ou naquela programação musical daquela rádio, enfiada goela abaixo de todo o mundo pela "força da grana que ergue e destrói coisas belas" (como bem o disse Caetano). Talvez assim você se descubra no lado escuro da Lua, onde há coisas mais brilhantes e mais belas do que vemos diariamente pela rotina dos nossos olhos cansados de tanta ignorância e desumanidade. Enfim, "The Dark Side of the Moon" é uma obra-prima e ponto final! E quem nunca ouviu não sabe mesmo o que está perdendo. Tenho é que mais uma vez dizer obrigado ao meu primo Geraldo de Genésio, que já está nos Céus, por ter-me apresentado ao magnífico som do Pink Floyd. Valeu, Dim! 
Um grande abraço espinosense.  


Quem tocou o quê no disco:

Pink Floyd:
Roger Waters: baixo, vocal, guitarra, sintetizador VCS 3, efeitos gravados;
David Gilmour: guitarra, teclados, baixo, vocal, sintetizador VCS 3;
Nick Mason: percussão, bateria, efeitos gravados;
Richard Wright: teclados, vocal, sintetizador VCS 3.

Músicos de Apoio:
Dick Parry: saxofone;
Lesley Duncan: vocal de apoio;
Doris Troy: vocal de apoio;
Barry St. John: vocal de apoio;
Liza Strike: vocal de apoio;
Clare Torry: vocal em "The Great Gig in the Sky".

Técnicos de Produção:
Pink Floyd: produtor;
Peter James: assistente de engenheiro de som;
Chris Thomas: mixagem;
Alan Parsons: engenheiro de som.

Equipe de Produção Artística:
Hipgnosis: design, fotografia;
Storm Thorgerson: design das edições de 20º e 30º aniversário;
George Hardie: ilustrações, sleeve art;
Jill Furmanosky: fotografia;
David Sinclair: texto no relançamento do CD.


Pink Floyd
Eclipse

Tudo o que você toca
Tudo o que você vê
Tudo o que você experimenta
Tudo o que você sente.

Tudo o que você ama
Tudo o que você odeia
Tudo o que você desacredita
Tudo o que você salva.

Tudo o que você doa
Tudo o que você negocia
Tudo o que você compra,
mendiga, empresta ou rouba.

Tudo o que você cria
Tudo o que você destrói
Tudo o que você faz
Tudo o que você fala.

Tudo o que você come
E todos que você conhece
Tudo o que você despreza
E todos com quem você briga.

Tudo o que é agora
Tudo o que já passou
Tudo o que já vem
e tudo debaixo do sol está sintonizado
mas o sol é eclipsado pela lua.

"Não existe lado escuro da lua,
Na verdade ela é toda escura"


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