Espinosa, meu éden

Espinosa, meu éden

sábado, 2 de abril de 2016

1494 - Um grande espetáculo do esporte!

É realmente outro nível, sem a mínima comparação com o que temos hoje no Brasil. Sábado, dia de clássico espanhol e com transmissão na tela da ESPN Brasil.
Deixei até de lado a partida do meu Atlético contra o Villa Nova, pelo Campeonato Mineiro, que não valia muita coisa na pontuação final. E o Galo não decepcionou, construindo uma goleada história de 7 x 2 no time de Nova Lima.
Pois bem, de lado a lado, Barcelona e Real Madrid, com seus jogadores de altíssimo nível, craques consagrados de vários países do mundo, entre eles os melhores, como Lionel Messi, Cristiano Ronaldo, Neymar, Andrés Iniesta, Luis Suárez, Marcelo, Benzema etc. Duas seleções mundiais com propostas de jogo completamente distintas. Enquanto o craque da bola Zinedine Zidane esquematiza sua equipe para uma proposta mais direta, com jogadas mais verticais e muita velocidade, o treinador Luís Enrique faz do toque de bola constante, simples, rápido, curto e de altíssima qualidade, a base da sua engrenagem tática. Saltam aos olhos a técnica apurada dos jogadores do Barcelona, a sua intimidade com a bola, a consciência técnica e tática, a tranquilidade na posse da bola, o domínio impecável da "redonda", os deslocamentos ininterruptos e os passes realizados com máxima precisão. Quando assistimos, logo em seguida, um jogo envolvendo os times brasileiros, é que a gente percebe a quilométrica diferença de qualidade, uma pena.
E é uma festa, estádio lotado, com homenagens as mais merecidas ao gênio da bola Johan Cruyff, o eterno camisa 14, falecido há poucos dias, aos 68 anos de vida. O minuto de silêncio antes do início da partida, os aplausos dos torcedores no minuto 14 do jogo e as muitas homenagens realizadas antes do início do embate entre os maiorais do futebol espanhol, foram mais que merecidas, o que só confirma a importância do grande craque holandês, não só para a história do Barcelona, bem como para o futebol mundial.
E quanto ao jogo? Bem, o jogo, como sempre, um espetáculo dentro e fora de campo. Muita rivalidade, disputa ferrenha pela bola, divididas duras, faltas fortes, cartões amarelos e um vermelho, chances criadas e perdidas de lado a lado e, claro, bonitos gols. É engraçado, mas o ruim do jogo bom é que ele termina muito rápido.
No primeiro tempo, um pênalti claro não marcado em Messi, derrubado dentro da área, e uma chance incrível perdida pelo Suárez, mas com pouco trabalho para os goleiros e nenhuma chance de ver a rede balançar. Domínio do Barcelona no primeiro período do jogo.
No segundo tempo, a coisa mudou, com uma reação impressionante do Real Madrid, mesmo com o Barcelona marcando primeiro, com uma cabeçada de Piqué, após cobrança de escanteio de Rakitic. Isso aos 10 minutos. Logo em seguida, aos 17 minutos, o empate do Real Madrid. Depois de uma bela jogada de Marcelo, Benzema acerta um lindo voleio e faz o primeiro gol do seu time, empatando a partida. A polêmica, que não poderia faltar, veio aos 34 minutos, com Bale marcando mais um para o Real, de cabeça, mas anulado pelo árbitro, que alegou falta do atacante em Alba. Dois minutos depois, Cristiano Ronaldo acertou a trave de Bravo e mais um minuto trouxe a expulsão de Sergio Ramos, logo depois de receber o segundo cartão amarelo. 
Quando parecia que o Barcelona iria comandar a partida, com um jogador a mais, eis que o imponderável aconteceu. Cristiano Ronaldo aproveitou ótimo cruzamento de Bale, matou no peito e tocou na saída de Bravo, para decretar a expressiva vitória do Real Madrid sobre o Barcelona em pleno Camp Nou, acabando com uma invencibilidade de 39 jogos do rival. Dali a pouco, o árbitro Hernández Hernández apitou o fim da partida, decretando a vitória do Real e o término de mais um grande espetáculo do futebol.
O Barcelona continua líder do Campeonato Espanhol, com 6 pontos a mais que o Atlético de Madrid e 7 pontos na frente do Real Madrid.
Agora os números mostram que, após essa 232ª partida entre os gigantes da Espanha, o Real continua com uma pequena vantagem nos números do clássico. Venceu 93 vezes, com 48 empates e 91 vitórias do Barcelona.
Um grande abraço espinosense. 



Resumo da partida:

Barcelona  1  x 2  Real Madrid
Camp Nou
Sábado, 2 de abril de 2016
Árbitro: Alejandro José Hernández Hernández
Gols: Piqué, 11 min 2º (Barcelona) e Benzema, 17 min 2º, e Cristiano Ronaldo, 40 min 2º (Real Madrid)
Barcelona: Claudio Bravo; Daniel Alves, Gerard Piqué, Javier Mascherano e Jordi Alba; Sergio Busquets, Andrés Iniesta e Ivan Rakitic (Arda Turan); Lionel Messi, Luis Suárez e Neymar.
Real Madrid: Keylor Navas; Dani Carvajal, Pepe, Sergio Ramos e Marcelo; Toni Kroos, Casemiro e Luka Modric; Cristiano Ronaldo, Karim Benzema (Jesé Rodriguez) e Gareth Bale (Lucas Vázquez).

1493 - Sidney Castro, um dos maiores do futebol espinosense

Aqui em nosso blog já foi contada uma pequena parcela da história do futebol de Espinosa. Nesse espaço humilde e democrático já apareceram textos e fotografias homenageando grandes figuras do futebol espinosense, desde os mais áureos tempos até a atualidade. Estiveram presentes aqui grandes craques da nossa história como Elton Gomes (o famoso Tatuzinho), o cracaço baiano Kita, Téo (o inesquecível Zé Neguim), Roberto (o craque Pé-Duro), o tranquilo, técnico e sereno Fonso, o goleiraço Van e tantos outros que brilharam defendendo as camisas do Espinosense, Santa Cruz, 9 de Março (Master), Bola de Ouro, Cruzeirinho, Atletiquinho, Ypiranga, Minas, Milan etc etc etc. Muitos ainda merecem ser lembrados e homenageados. Entre esses está um dos melhores jogadores da nossa história, Sidney Castro. E é para prestar uma simples homenagem a ele que publico essa postagem.
Sou de uma geração mais nova que a de Sidney, mas felizmente consegui participar de duas situações esportivas relativas a ele, de que muito me orgulho. Ainda menino, tive a felicidade de vê-lo em ação, jogando muita bola e defendendo as cores do Santa Cruz, no saudoso Campão, localizado onde atualmente se encontram as instalações do nosso Mercado Municipal. 
Era um tempo maravilhoso em que ainda não existia televisão na cidade e a diversão nas tardes de domingo era ir ao Campão assistir a grandes embates entre os times norte-mineiros e do sudoeste da Bahia, quando não se cruzavam os maiores rivais da cidade, Espinosense e Santa Cruz. Chegávamos mais cedo para assistir aos times juvenis na preliminar, debaixo de um sol escaldante. O campo não tinha muro, nem alambrado, muito menos gramado. Era chão duro de terra batida, o que não impedia os craques de apresentar seu futebol cheio de virtudes e muita garra. Sentávamos todos à beira do campo, e para não sujar a roupa, arrancávamos galhos de madeira nova para servir de assento. Também usávamos esses mesmos galhos para nos proteger do sol forte. Mas estávamos sempre ali, ansiosos à espera do desfile elegante de um Kita, da técnica ímpar de um Pé-Duro, de um lançamento longo e preciso de um Sidney, de uma arrancada de Zezinho de Manoel de Barros, de um chutaço de canhota de Beto de Horácio, de um gol de raça de Bertoldo, de uma defesa espetacular de Acyr, de um passe preciso de um Fonso, de uma jogada brilhante de um Itamar, de um desarme perfeito de um Téo, enfim, lances que jamais saem da memória já não tão confiável. 
Se não bastasse essa dádiva de ver Sidney jogando em alto nível, ainda tive a felicidade de poder jogar ao seu lado em várias oportunidades no time da Toca dos Craques. Um privilégio!
Sidney tinha a virtude do controle total da bola, possuía a técnica perfeita do drible inesperado, a perfeição do passe, a capacidade de mandar a bola longa no alvo com acerto e violência, a destreza para se desvencilhar facilmente do marcador, a imprevisibilidade da jogada na frente do adversário, o faro de gol. Sua trajetória no futebol deixou muitos admiradores, sem dúvida alguma eu um dos mais fiéis.  
Um grande abraço espinosense.

Sidney e Sissi

9 de Março: Getúlio Fiel, Valdo, Geraldo de Juca, Geraldo Lindolfão, Sissi e Darci;
Mauri, Marcos de Juca, Sidney, Zé Maria e Zé Maria Monção
  
Toca dos Craques:
Ádson, Claudão, Walter, Beto, Guim, Dego, Tonhão e Tu;
Murilo, Tarcísio, Eustáquio, Day, Alair, Rubens, Paulinho, Sidney e Jorginho.