Espinosa, meu éden

Espinosa, meu éden

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

1358 - Uma conquista memorável da AABB Espinosa

Assim como tantas conquistas na vida, a primeira taça conquistada no futebol, desta vez na modalidade salão, jamais pode ser esquecida. Ainda mais quando você entra na disputa, contra poderosos adversários, sem a menor credibilidade e confiança. E foi assim, sem qualquer pretensão, que o jovem e inexperiente time da AABB de Espinosa foi formado e se dirigiu para a disputa regional que seria realizada em Montes Claros no longínquo agosto de 1982. Na fase anterior, microrregional, o time havia se classificado em Janaúba e iria representar as cidades da nossa região.
Chegamos a Montes Claros completamente desacreditados. O nosso time era formado basicamente pelos novos funcionários do Banco do Brasil, que haviam tomado posse pouco tempo após serem aprovados em concurso no ano de 1981. A AABB Espinosa tinha então um ótimo e respeitado time de futebol de salão, com a presença de Waltinho, João Carlos, Tintin, Camilo e Tuka, e que fazia partidas memoráveis contra a excelente equipe do MESCRA, formada pelos jovens Ricardo (Tu), Zé Alberto, Célio, Ernani, Marquinhos e Silvinho. Era um grande clássico na cidade.
Com a transferência de alguns e chegada de novos funcionários "atletas", o "fominha" de bola Tuka, gente da melhor qualidade, resolveu nos reunir para criar uma nova equipe, não sem antes colocar apelido em todo mundo. Carlinhos de Zezé virou Mangabinha; Veraldino virou Girafinha; Arthur virou Vitamina; Carlos Sebastião virou Tiãozinho e eu, Eustáquio, virei o Takinho. Estava formado o famoso "Sukata".
Naquele ano de 1982, iria começar então os jogos das AABB, e começamos a fazer alguns treinos. Normalmente o resultado era desastroso, com derrotas acachapantes para os adversários da cidade. Mas seguimos em frente e partimos para a fase microrregional, que reunia os times da região como Porteirinha, Janaúba, Mato Verde, Monte Azul, entre outros. E não é que nos classificamos em primeiro lugar? Fomos então para a fase regional, a ser disputada em Montes Claros, ainda naquelas quadras a céu aberto, de piso duro de cimento e sob um sol escaldante. Mas não nos intimidamos e com boas atuações e vitórias suadas, chegamos ao terceiro e último jogo da fase de classificação, contra o poderoso time de Montes Claros. Em jogo tenso e muito disputado, estávamos perdendo a vaga para a final, com o resultado negativo de 3 x 2, quando para piorar a situação, Vitamina foi expulso. Faltando poucos minutos para o final da partida, e com um jogador a menos, passamos a tomar o maior sufoco. Só que o futebol é sempre surpreendente e em uma jogada individual, no contra-ataque, conseguimos empatar em 3 x 3. Pelo regulamento, tínhamos a vantagem no saldo de gols e então nos classificamos para a grande final a ser disputada no dia seguinte, na manhã do domingo.
O adversário era o ótimo time de Bocaiúva, que tinha o goleiraço Zé Américo na sua melhor fase e ainda o vigoroso Walter Abreu e o habilidoso canhoto Carlinhos.
Como toda final, disputa acirrada e muita correria. Estava difícil vencer a barreira do goleiro Zé Américo, conhecido como Mão de Onça, tamanha a sua qualidade técnica na defesa da sua meta. Mas com muita dificuldade, conseguimos fazer 2 x 1. Um lance fortuito, porém, foi fundamental para a nossa vitória. Quase no fim do jogo, o time de Bocaiúva, que nos sufocava em busca do empate, desce em um rápido contra-ataque e, com o nosso goleiro Tiãozinho completamente batido, tem a chance de empatar nos pés de Walter, que tinha um canhão no pé direito. Sem goleiro, ele chuta forte para dentro do nosso gol. Mas o imprevisto acontece. Com o nosso goleiro fora da jogada, eu corro para dentro do gol e a bola chutada violentamente, bate na minha cabeça e sai pela linha de fundo. Fiquei completamente tonto por uns cinco minutos, vendo estrelinhas. Mas valeu a pena. Depois de me recuperar da pancada, e com pouco mais de um minuto, o árbitro encerrou a partida, decretando a nossa valiosa conquista, para nosso imenso alívio e alegria. Nós éramos os campeões regionais e mais adiante iríamos representar a região jogando na cidade de Ituiutaba, onde terminamos em terceiro lugar do estado, atrás apenas de Juiz de Fora e de Governador Valadares. Uma conquista memorável!
Naquela epopeia esportiva, tivemos Tiãozinho e Waltinho para o gol; João Carlos, Eu e Tonhão para a defesa; Mangabinha, Tuka, Vitamina, Quinha e Dino para o ataque. Na torcida, Nislei, esposa de Tuka, com os seus meninos, Luiz Carlos, Luiz Dedim, Marquinhos e o saudoso Zazá.
Mais do que um título no esporte, aquela brilhante conquista significou a solidificação de uma amizade sincera entre nós, que permanece inalterada e fortalecida até os dias atuais. Amigos para a vida toda!
Um grande abraço espinosense.





1357 - Os novos trens de passageiros da Vale

Bastante utilizado na Europa, com locomotivas rápidas, potentes e modernas, o transporte ferroviário de passageiros foi praticamente extinto no Brasil há pouco mais de 15 anos. Até o velho trem que transportava passageiros da nossa vizinha Monte Azul até Montes Claros parou de funcionar, deixando uma enorme carência no Norte de Minas e uma saudade doída do chamado "Trem Baiano" nos nossos corações.
A história do transporte ferroviário no Brasil começou com a "Baroneza", a locomotiva do primeiro trem a funcionar no Brasil, no ano de 1854, por conta de Irineu Evangelista de Souza, então o Barão de Mauá. A ferrovia, chamada de Estrada de Ferro Petrópolis ou Estrada de Ferro Mauá, ligava a Baía de Guanabara a Raiz da Serra, em Petrópolis, no Rio de Janeiro. A segunda ferrovia brasileira, que ligava Recife a São Francisco, foi inaugurada em 1858. Outra ferrovia, a Estrada de Ferro Dom Pedro II, passou, em 1889, a se chamar Estrada de Ferro Central do Brasil, e foi de fundamental importância no desenvolvimento do país, ligando os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, fazendo o transporte de cargas e passageiros. Outras ferrovias também foram criadas em várias regiões do país, como o Sul e o Nordeste, naquele tempo.


Para unificar as 42 ferrovias existentes à época, em 30 de setembro de 1957, foi criada a Rede Ferroviária Federal, a popular RFFSA, que faria a administração dos sistemas regionais e que traria a implantação das primeiras locomotivas a diesel. No ano de 1996, no governo de Fernando Henrique Cardoso, a Rede Ferroviária Federal foi privatizada e as suas linhas divididas por várias empresas, que, por motivos essencialmente econômicos, passaram a explorar apenas o transporte de cargas, levando o transporte de passageiros no país ao quase completo desaparecimento.
Em 1997, o Governo Federal outorgou à Companhia Vale do Rio Doce a concessão da Estrada de Ferro Vitória a Minas e da Estrada de Ferro Carajás, que ainda hoje mantém o transporte de passageiros. E são essas ferrovias que tiveram investimentos recentemente, com aquisição de vagões modernos e confortáveis para os passageiros.
A Estrada de Ferro Carajás, cujas obras se iniciaram em 1982 e foram finalizadas em 1985, tem a sua história ligada à criação, desenvolvimento e exploração do Projeto Grande Carajás. O serviço de transporte de passageiros da ferrovia liga as cidades de Parauapebas, no Pará, à capital do Maranhão, São Luís, sendo uma excelente opção de transporte seguro e mais barato para a população da região. O trem sai de São Luís às segundas, quintas e sábados às 8 horas e de Parauapebas às 6 horas nas terças, sextas e domingos, passando por 15 pontos de parada em 16 horas de viagem. Cerca de 1300 passageiros são transportados em cada viagem. No ano passado foram cerca de 307 mil passageiros. 
No novo trem, mais moderno e confortável, lançado neste ano para comemorar os 30 anos da Vale no Pará e no Maranhão, os passageiros contam com carro lanchonete, ar-condicionado, televisão, iluminação em LED, monitoramento com circuito interno de TV, sistema automático de abertura e fechamento de portas, fraldário, ambulatório e vagão para portadores de deficiência. 




A Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) opera o único trem de passageiros diário no Brasil, ligando duas regiões metropolitanas: Cariacica (ES) a Belo Horizonte (MG). Em funcionamento desde 1907, o serviço transporta cerca de um milhão de passageiros por ano e 40% da carga ferroviária brasileira, percorrendo 664 quilômetros de belas paisagens e regiões de importância histórica, em uma viagem de aproximadamente 13 horas. A nova frota do trem da Vale custou investimentos da ordem de US$ 80,2 milhões e trará um carro dedicado aos cadeirantes, com mais espaço e elevador para cadeira de rodas. Proporcionará também aos usuários carro-restaurante com serviço de refeição completa e lanches rápidos, além de carros econômicos com ar condicionado, televisões, tomadas de energia e mesas para refeição. Serão disponibilizados 10 novos vagões de classe executiva com poltronas mais largas e inclinação maior para conforto dos passageiros. Fabricados na Romênia, os vagões do novo trem obedecem a padrões europeus de qualidade. Serão ao todo, 56 novos carros, sendo 10 executivos e 30 econômicos. Cada carro executivo da EFVM tem capacidade para transportar 57 passageiros. Já nos econômicos, há 75 lugares. A passagem custa R$ 95,00 na classe executiva e R$ 62,00 na econômica.
Fonte: vale.com
Sonhar nunca é demais. Já imaginou se tivéssemos um desses passando por Espinosa em direção a Belo Horizonte e Salvador? Quem sabe um dia?
Um grande abraço espinosense.