Espinosa, meu éden

Espinosa, meu éden

quinta-feira, 14 de março de 2013

664 - Encontros Memoráveis da Música: Bonnie Raitt e Norah Jones

Um encontro de gerações. A veterana Bonnie Raitt, 63 anos, e a jovem pianista Norah Jones, 33 anos, dois expoentes da música americana se apresentando juntas na execução das músicas "I Don't Want Anything To Change" e "Tennessee Waltz".
O espetáculo foi gravado no dia 30 de setembro de 2005, no Trump Taj Mahal, em Atlantic City, Nova Jérsey e resultou no CD/DVD "Bonnie Raitt e Amigos", que foi lançado em 15 de agosto de 2006. Nesta apresentação, com a participação de Norah Jones, Ben Harper, Alison Krauss e Keb Mo, Bonnie foi acompanhada pelos músicos George Marinelli (guitarra), James "Hutch" Hutchinson (baixo), Ricky Fataar (bateria) e Jon Cleary (teclados). Bonnie Raitt tocou guitarra e Norah Jones o piano elétrico Wurlitzer.
Muito bonito. Duas grandes artistas.
Um grande abraço espinosense.

"I Don't Want Anything To Change"
Bonnie Raitt

Sleepless nights aren't so bad
I'm staying up, I'm staying sad
I don't want anything to change
I don't want anything to change
I like it lonely I like it strange
I don't want anything to change

You left a mess you're everywhere
I'd pick it up but I don't dare
I don't want anything to change
I don't want anything to change
There's nothing I would rearrange
I don't want anything to change

I can feel you fading
But until you're gone
I'm taking all the time I can borrow
The getting over is waiting
But I won't move on
And I'm gonna wanna feel the same tomorrow

I know the truth is right outside
But for the moment it's best denied
I don't want anything to change

I can feel you fading
But until you're gone
I'm taking all the time I can borrow
The getting over is waiting
But I won't move on
And I'm gonna wanna feel the same tomorrow

And I don't want anything to do
With what comes after you
I don't want anything to change
I don't want anything to change
I don't want anything to change

663 - Dengue: vamos acabar com esse absurdo!

Acredito que se alguém fizer uma pesquisa aqui na cidade de Montes Claros sobre a incidência da Dengue, verá que pelo menos 80% da população já foi atingida pelo terrível mosquito Aedes aegypti. Em Espinosa, imagino que o resultado não será diferente. É impressionante e quase inacreditável que um mosquitinho sem-vergonha de pouco menos de um centímetro consiga fazer um estrago tão grande na nossa vida, nos deixando em uma situação aguda de prostração, o que nos leva a ficar o tempo inteiro na cama, inerte, sem a mínima condição de trabalhar ou fazer qualquer atividade. Não é mole não! Quem já teve, sabe a complicação que é.
A Dengue é uma doença grave, às vezes mortal, causada pelo mosquito Aedes aegypti, que foi introduzido na América do Sul através dos navios negreiros vindos da África, cujas epidemias ocorrem geralmente no verão, durante ou após períodos chuvosos, época favorável à reprodução do mosquito. Ele pode também transmitir a Febre Amarela. A Dengue também pode ser transmitida por um outro mosquito, o Aedes albopictus, bem menos comum aqui no Brasil.
Não há transmissão pelo contato de um doente ou suas secreções com uma pessoa sadia, nem fontes de água ou alimento. Existem quatro tipos de Dengue, causados por um arbovírus: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. O interessante é que você só pega Dengue uma vez de cada tipo. Ou seja, você pode pegar Dengue por no máximo quatro vezes, uma de cada tipo.
O que nos deixa vulneráveis é que o mosquito, sempre a fêmea, pica a qualquer momento, seja durante o dia ou à noite, e a gente não percebe a sua picada, que não dói nem coça. O ciclo do Aedes aegypti é composto por quatro fases: ovo, larva, pupa e adulto. As larvas se desenvolvem em água parada, limpa ou suja. Na fase do acasalamento, em que as fêmeas precisam de sangue para garantir o desenvolvimento dos ovos, ocorre a transmissão da doença.
O tempo médio do ciclo é de 5 a 6 dias, e o intervalo entre a picada e a manifestação da doença chama-se período de incubação. É só depois desse período que os sintomas aparecem. Geralmente os sintomas se manifestam a partir do 3° dia depois da picada do mosquito.
Seus principais sintomas são febre alta, dor de cabeça, dor atrás dos olhos, dores nas costas, muitas dores nos ossos e articulações, vômitos e náuseas, fadiga extrema, tonturas, manchas vermelhas pelo corpo e perda do paladar e do apetite. 
Cada pessoa reage de maneira diferente, mas os sintomas costumam durar entre cinco e dez dias. Para tratar a Dengue, recomenda-se combater os sintomas tomando muito líquido e fazendo bastante repouso. Pode-se tomar dipirona e paracetamol. Não devem ser usados medicamentos à base de Ácido Acetil Salicílico e antiinflamatórios, como Aspirina e AAS, pois podem aumentar o risco de hemorragias.
Há que se tomar muito cuidado com a forma mais grave da doença, a Dengue Hemorrágica. Além de todos os sintomas normais da Dengue comum, ela ainda causa dores abdominais fortes e contínuas, pele pálida, fria e úmida, sangramento pelo nariz, boca e gengivas, dificuldade respiratória, pulso rápido e fraco, sede excessiva e boca seca, vômitos persistentes, perda de consciência, sonolência, insuficiência circulatória, agitação e confusão mental  e pode causar a morte. Este caso necessita de urgentes cuidados médicos, portanto dirija-se rapidamente a um posto de saúde ou ao hospital.


O único modo possível de evitar a transmissão da Dengue é a eliminação do mosquito transmissor. A melhor forma de se evitar a doença é combater os focos de acúmulo de água, locais propícios para a criação do mosquito transmissor da doença. Para isso, é importante não acumular água em latas, embalagens, copos plásticos, tampinhas de refrigerantes, pneus velhos, vasinhos de plantas, jarros de flores, garrafas, caixas d´água, tambores, latões, cisternas, sacos plásticos e lixeiras, entre outros. Fonte: dengue.org.br.
Portanto, pessoal, mãos à obra. Não espere que o poder público faça tudo sozinho. Evite a proliferação do mosquito e faça a sua parte na sua casa, na sua rua, no seu bairro. Com pequenas atitudes você se protege, protege a sua família (o maior bem que possuímos) e toda a sua comunidade.
Um grande abraço espinosense.
 

662 - Maldito trote violento!

Um dos momentos mais marcantes e importantes na vida de todo estudante é a vitória no vestibular e o consequente ingresso em uma universidade. Após dias e noites de enorme cansaço, debruçado em livros e apostilas, a chegada à universidade deve e muito ser comemorada. Mas o problema é que em muitos lugares esse rito de passagem, que teve início por volta do século XIV, é realizado de forma tão violenta que chega ao extremo de causar danos físicos e até a morte de alguns estudantes.
Trazido da Europa por jovens brasileiros que estudaram por lá no século XIX, o ritual medieval do trote tem por objetivo marcar a chegada dos calouros a uma nova e importantíssima fase da sua vida educacional. Os veteranos, que já foram calouros, descontam nos novos integrantes do ensino superior os mesmos castigos recebidos em anos anteriores. O problema está na explosão de violência que marca essas manifestações, geralmente com intensas humilhações e o uso constante da coação e da agressividade. As universidades até proíbem tais atos hostis em suas dependências, mas se omitem no combate a tais práticas vergonhosas fora dos seus muros. 
Os novos estudantes são obrigados, pelos veteranos, a executar atos humilhantes e de alta periculosidade às suas integridades físicas, tais como ingerir altas doses de bebidas alcoólicas, consumir fezes de animais, ser abandonado embriagado em locais ermos e perigosos na madrugada e outras idiotices mais, como fazer simulações de atos sexuais diante de todos os colegas. 
Aqui em Montes Claros, atualmente um polo educacional, são constantes as ocorrências de trotes, com centenas de garotos e garotas perambulando pelos semáforos das principais avenidas da cidade, totalmente sujos de tinta, a pedir dinheiro aos transeuntes e motoristas, em uma demonstração idiota de total humilhação. Isso é o de menos. Há casos inacreditáveis na história dos trotes pelo país. Por exemplo, em 1831, o estudante Francisco da Cunha e Meneses foi covardemente morto a facadas e bengaladas na Faculdade de Direito de Olinda. Em 1973, calouros foram obrigados a comer grama misturada com urina no Curso de Agronomia da USP. Em 1980, por se recusar a ter o seu cabelo cortado, o estudante da Universidade de Mogi das Cruzes, Carlos Alberto Sousa, foi espancado e acabou morrendo. Em 1999, obrigado a entrar na piscina do centro acadêmico da Faculdade de Medicina da USP, mesmo sem saber nadar, o jovem estudante Edison Tsung Chi Hsueh acabou morrendo afogado. Em 2006, o estudante de administração Tiago Rosa Careta teve o pescoço e a cabeça queimados por um produto químico aplicado por veteranos da Universidade de Franca. Em 2009, na Santa Casa de Santa Fé do Sul (SP), a estudante Priscila Rezende Muniz teve uma parte do seu corpo queimada por conta de aplicação de creolina, gasolina e solvente, em um trote. São só alguns exemplos, em meio a muitos outros que ocorrem por todo o país e também pelo mundo. Uma triste demonstração de falta de inteligência e bom senso. A coisa é tão séria que em 2009 a Câmara Federal aprovou uma lei que pune o trote violento, com cancelamento da matrícula por um ano e pesadas multas ao estudante praticante de atos violentos e humilhantes contra os calouros.  
Nada contra a comemoração da vitória, normalmente depois de um longo e árduo período de esforço nos estudos. O corte de cabelo pelos colegas, o banho de lama, a pintura no corpo e as brincadeiras sem violência são aceitáveis e fazem parte do processo. O inaceitável são os abusos, os exageros, a humilhação, a violência gratuita.
Tanta coisa diferente e mais educativa poderia ser implementada pelas universidades para marcar o ingresso desse pessoal nessa nova fase da vida. Bons exemplos já existem no país e algumas instituições de ensino já baniram o trote ou o substituíram pelo trote solidário ou trote cidadão, que consiste na doação de sangue, na arrecadação de roupas e alimentos para doação, no plantio de árvores ou na prestação de trabalho comunitário em comunidades carentes.
Um boa iniciativa partiu da Fundação Educar DPaschoal que, desde 1999, organiza o Prêmio Trote da Cidadania (trotedacidadania.org.br), que objetiva estimular o envolvimento dos jovens universitários em ações saudáveis de recepção aos calouros e em empreender atitudes solidárias em prol da comunidade. Que outras iniciativas parecidas se espalhem pelo país.
Um grande abraço espinosense.