Espinosa, meu éden

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sábado, 2 de julho de 2011

165 - Morre em São Paulo o injustiçado ex-presidente Itamar Franco

Acabo de ler a triste notícia do falecimento, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, do ex-presidente e atual senador por Minas Gerais, Itamar Franco. Vítima de leucemia, Itamar, aos 81 anos de idade, estava internado desde o dia 21 de maio. Governou o Brasil de 1992 a 1994, depois de substituir o ex-presidente Collor, afastado por corrupção através de impeachment. Assumiu o governo em uma situação delicadíssima, com índices de inflação estratosféricos, um verdadeiro caos na economia e um ambiente político desfacelado com a queda do presidente. Com a austeridade que lhe era peculiar, seriedade e competência, ultrapassou este momento deveras conturbado, devolvendo a tranquilidade e a estabilidade ao país.
O Plano Real foi concebido em sua curta administração, estabilizando a economia, controlando a inflação e lançando uma nova moeda, o Real, que resiste até hoje. Infelizmente a imprensa brasileira, cujo maior poder está nos estados de São Paulo e do Rio de Janeiro, nunca deu a ele a exata importância na reestruturação da economia do país. Prefere laurear o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso como o grande responsável pela vitória no domínio da disparada inflacionária que fragilizava a economia brasileira. Não se trata de diminuir a importância crucial do então Ministro da Fazenda FHC, peça-chave no processo, mas o presidente Itamar Franco foi quem bancou a arriscada e dura empreitada no combate à inflação galopante do período. A ele nunca foram dados os méritos pela conquista, muito pelo contrário. Foi alvo de campanhas sórdidas da imprensa, principalmente no episódio do desfile do Carnaval de 1994 no Rio de Janeiro, em que uma modelo foi fotografada ao seu lado sem calcinha. Convidado de honra do camarote da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) no desfile de 1994, Itamar foi fotografado ao lado da modelo Lílian Ramos, que na ocasião estava sem calcinha. Virou notícia mundial. A revista Veja estampou a foto na capa, com reportagem especial espinafrando o presidente. Queriam o que? Que ele conferisse se a menina estava usando ou não calcinha naquela oportunidade? É brincadeira! E o que isto tinha a ver com a sua performance no exercício da presidência? Na época, fiquei revoltado com o espaço e a importância que a imprensa tinha dado ao caso. Ainda hoje ao lembrar deste episódio, fico triste ao ver como a imprensa manipula os acontecimentos para fazer a cabeça da população menos crítica. Lamentável!
O seu governo foi um dos poucos em que não se viu sequer denúncias de corrupção, coisa raríssima em nosso país recheado de falcatruas e maracutaias.

Vamos então conhecer um pouco da trajetória íntegra e digna de um político honesto, coisa rara em nossas plagas.  
Itamar Augusto Cautiero Franco (Salvador, 28 de junho de 1930 — São Paulo, 2 de julho de 2011) foi um político brasileiro, 33º presidente da República (1992-1994), vice-presidente (1990-1992), senador por Minas Gerais (1975-1978; 1983-1987; 1987-1991 e 2011) e governador do estado de Minas Gerais (1999-2003).  Bacharelou-se em engenharia civil na Escola de Engenharia de Juiz de Fora da Universidade Federal de Juiz de Fora em 1955. Ingressou na carreira política em 1958 quando, filiado ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), foi candidato a vereador de Juiz de Fora e mais posteriormente, em 1962, a vice-prefeito, não obtendo êxito em ambas as tentativas. Com o início do Regime Militar, filiou-se ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB), sendo prefeito de Juiz de Fora de 1967 a 1971 e reeleito em 1972, quando dois anos depois, renunciou ao cargo para candidatar-se, com sucesso, ao Senado Federal por Minas Gerais, em 1975. Ganhou influência no MDB, assim sendo eleito vice-líder do partido em 1976 e 1977. No início da década de 1980, com o pluripartidarismo restabelecido no país, filiou-se ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), o sucessor do MDB. Em 1982, é eleito senador novamente, defendendo sempre as campanhas das Diretas Já, e votando no candidato oposicionista Tancredo Neves para presidente na eleição presidencial brasileira de 1985. Migrou para o Partido Liberal (PL) em 1986, ano em que concorreu ao governo de Minas Gerais, mas foi derrotado, voltando ao Senado em 1987 pela terceira vez. Em 1988, uniu-se ao governador de Alagoas, Fernando Collor de Mello, para lançar uma candidatura à presidência e vice-presidência do Brasil, pelo Partido da Reconstrução Nacional (PRN). Itamar, como vice-presidente, divergia em diversos aspectos da política econômico-financeira adotada por Collor, vindo a retirar-se do PRN e voltando ao PMDB em 1992. Seguindo o impeachment do presidente, assumiu interinamente o papel de chefe de Estado e chefe de governo em 2 de outubro de 1992 e o papel de Presidente da República em 29 de dezembro de 1992. Foi em seu governo que foi realizado um plebiscito sobre a forma de governo do Brasil, que deveria ter sido feita há 104 anos; o resultado foi a permanência da república presidencialista no Brasil. Durante sua incumbência, foi idealizado o Plano Real, elaborado pelo Ministério da Fazenda. Foi sucedido pelo seu ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso. Opondo-se fortemente a seu sucessor, Itamar cogitou candidatar-se a Presidente em 1998 e 2002, mas não prosseguiu com a ideia e elegeu-se facilmente Governador de Minas Gerais em 1998.
Em 2002, apoiou a candidatura de Luís Inácio Lula da Silva e se opôs à candidatura de José Serra, candidato apoiado por Fernando Henrique. Não tentou reeleição no estado de Minas Gerais. Lançou-se pré-candidato à presidência pelo PMDB em 2006, mas perdeu para Anthony Garotinho, tentando então a candidatura para o Senado, perdendo a candidatura para Newton Cardoso. Em maio de 2009, filiou-se ao Partido Popular Socialista (PPS). Nas eleições de 3 de outubro de 2010, foi eleito senador pelo estado de Minas Gerais, derrotando Fernando Pimentel do PT. Em 21 de maio de 2011, foi diagnosticado com leucemia. Alguns dias depois, se licenciou do Senado a fim de tratar-se da doença no Hospital Albert Einstein. No dia 27 de junho, um boletim médico do hospital divulgou que sua situação teria se agravado em virtude de uma pneumonia que o levou à UTI. Itamar faleceu na manhã do dia 2 de julho de 2011.
Fonte: Wikipedia.