Espinosa, meu éden

Espinosa, meu éden

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

56 - Galo forte vingador: rumo à Abu Dhabi


Tentei me controlar, mas não consegui. Vou iniciar mais uma polêmica: esse GALO só me dá alegria! Com três bordoadas de "Barack Obina", o GALO mais amado do mundo destruiu a raposa com uma goleada histórica. Mesmo com um pênalti não existente e vários impedimentos mal marcados contra nós, o GALO conseguiu detonar a equipe adversária. Foi bom demais! Agora é economizar bastante para assistir à final do mundial lá em Abu Dhabi nos próximos anos. GALO, uma vez até morrer!

Abraços atleticanos.  

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

55 - Personalidades espinosenses: CHICO DA SANTANA

Quem viveu a década de 80 em Espinosa, se lembra muito bem do famoso pirão de galinha que era preparado na Vila de Santana pelo comerciante Chico da Santana. Proprietário de um bar na vila, ali próximo do campo de futebol, Chico ficou famoso na região, pelo maravilhoso pirão de galinha que saciava a fome de todos nós, jovens notívagos, pelas noites e madrugadas de Espinosa. Quantas vezes chegamos ali, depois da farra, mortos de fome, e fomos salvos pelo Chico e o seu saboroso pirão de galinha. É verdade que ficávamos horas e horas esperando que o frango ficasse pronto enquanto Chico, sorrindo como sempre, na sua tranquilidade exasperante, preparava pacientemente a nossa refeição. Tempo bom!
  
Pessoa humilde, de fino trato, sempre disponível com um largo sorriso no rosto e pronto a atender a qualquer pessoa, o atleticano Chico dedica-se hoje à política e pretende candidatar-se a vereador nas próximas eleições. Há ainda a possibilidade de voltar a trabalhar na administração de um bar ali na Rua Álvaro Cruz. Espero que seja verdade. Nós, integrantes da Turma da Resina, temos muito o que agradecer, a todo o carinho e respeito a nós dedicados por ele, em todos aqueles anos de patuscadas juvenis. 

A minha pequena homenagem a este extraordinário personagem da história de Espinosa.




PERFIL: CHICO DA SANTANA

Nome completo: Francisco Alves Martins
Local e data de nascimento: Espinosa, em 04 de dezembro de 1957
Filho de José Alves Martins (In memoriam) e de Diolina Francisca de Assis (In memoriam)
Tem 4 filhos: Marco Antônio (30 anos), Francikelly (22 anos), Flavielly (21 anos) e Fernanda (19 anos)
Solteiro
Time do coração: Atlético-MG
O que mais gosta: preparar e comer um delicioso pirão de galinha
O que mais detesta: ter dívidas
O melhor de Espinosa: a amizade do povo, o bate-papo nos barzinhos, a zona rural
O pior de Espinosa: a seca e os seus efeitos na vida das pessoas, as drogas
Estilo de música: sertaneja e romântica
Cantores preferidos: Zezé Di Camargo e Luciano e Amado Batista
Músicas preferidas: 'É o amor" e "Princesa"

54 - Eleições 2010 - Uma opinião

O acirramento da disputa eleitoral no segundo turno da eleição presidencial, leva-me a sair da confortável posição de observador e expressar a minha opinião sobre o assunto (não deixe de acessar os links, por favor). A adoção, por parte da campanha oposicionista, de práticas condenáveis e inaceitáveis de ataques e acusações infundadas contra a candidata do PT, Dilma Rousseff, deixou-me bastante indignado. Pensava eu, inocentemente, que esse tipo de campanha suja e intolerável tinha se acabado lá em 1989, quando a mídia elegeu o Collor usando todo o tipo de falcatruas contra o então candidato Lula. Acusações de tentativa de aborto contra a filha Lurian, participação do PT no sequestro do empresário Abílio Diniz, implantação do comunismo, tomada de terras dos produtores rurais, apropriação de bens móveis, como televisões e carros para distribuição aos pobres, edição escandalosa do debate feita no Jornal Nacional pela Globo e até a acusação de que Lula comia criancinhas, foram algumas das armas utilizadas pelos adversários para impedir a eleição do candidato petista naqueles tempos negros da política brasileira. Mas esse estilo deplorável de fazer campanha está de volta. Os oposicionistas tentam desconstruir a imagem da candidata Dilma Rousseff usando os mesmos artifícios: acusações falsas através de centenas de e-mails apócrifos na Internet acusam a petista de ser terrorista, comunista, assaltante de bancos e até de assassina. Uma vergonha! Ao declarar-se pessoalmente contra o aborto, mas favorável a sua descriminalização, Dilma virou alvo de uma grande parcela da Igreja Católica  que, juntamente com a oposição, começou uma grande campanha de difamação da candidata, espalhando milhares de panfletos conclamando os católicos a não votarem no PT. Só que agora, paradoxalmente, apareceu a notícia de que uma ex-aluna da esposa do Serra, ouviu a confissão, em 1992, de um aborto cometido por ela, no Chile. Que contradição, não?
Outro absurdo é a tentativa de manipulação do confronto entre manifestantes do PSDB e do PT, no Rio. Tentam fazer com que um condenável ato de um manifestante, que deve ser identificado e punido, tome uma proporção de um atentado terrorista, como se fosse uma atitude de extrema violência. Tenta-se fazer um verdadeiro "cinema" em cima do ocorrido. Houve até a saída rápida e espalhafatosa de uma ambulância e exames de tomografia computadorizada. Um exagero cinematográfico! Lembra o caso do goleiro Rojas, por sinal, chileno. Leiam a declaração do candidato a vice do Serra, Índio da Costa, aqui. Dois quilos? Fala sério!

Eu gostaria muito de ver o debate das idéias, não essas condenáveis atitudes. Queria ver propostas sérias de todos os candidatos, programas de governo bem estudados, processos modernos para o desenvolvimento do país, estudos e propostas factíveis de melhoramento da educação e da cultura, planos de melhoria do salário dos trabalhadores, diminuição do desemprego e do analfabetismo, combate ao desmatamento e defesa do meio-ambiente. Isso é o que é importante. Não essas acusações tristes, essa baixaria toda.

Eu vou votar na Dilma. Entendo ser o governo do presidente Lula o melhor de todos até hoje. O nosso país nunca, em sua história, teve um governante tão dedicado no combate às desigualdades sociais, na luta para proporcionar aos mais pobres o mínimo de oportunidades para uma vida digna. Lula está conseguindo isso. É só olhar os dados da movimentação social no país. É só observar, nas ruas e nas casas das pessoas, o quanto de melhoria de vida está acontecendo. São milhões de pessoas que estão conseguindo se tornar, finalmente, público-alvo de empresas e participantes ativos do mercado consumidor. E esse trabalho não pode parar, não pode ser abortado. Dilma é a certeza de que o direcionamento da política econômica e social não sairá do caminho certo.

Quero deixar bem claro tratar-se de opinião pessoal, ficando aberta a possibilidade de divergências e opiniões contrárias. Espero contar com a participação de todos, fazendo seus comentários a favor ou contra as minhas convicções. Participem!

Deem também uma olhada no texto publicado no blog do Zé Lúcio, "Caldeirão do Luc", sobre as eleições. Vale a pena.
Um grande abraço espinosense.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

53 - Histórias do futebol espinosense, por Raimundo Mário

Como estive de férias em Espinosa na semana passada, na volta encontrei a minha caixa de correio entupida de mensagens, muitas delas deprimentes, com terríveis falsas acusações contra a candidata do PT à presidência do Brasil, Dilma Roussef. Não bastasse a sórdida campanha deflagrada pelos mais poderosos veículos de comunicação do país, entre eles a revista Veja, os jornais Estadão e Folha, além da Rede Globo e até, pasmem, a tão "pura e inocente" Igreja Católica (que não aceita punir os seus pobres padres pedófilos, mas é categórica na guerra contra a camisinha e contra o aborto), e-mails com notícias falsas invadem os nossos computadores como uma praga da suja e desprezível guerra política brasileira. Mas não quero falar de coisas abjetas.
Quero agradecer muitíssimo ao meu ex-colega de Banco do Brasil, Raimundo Mário, que enviou-me e-mail contando histórias sobre o futebol espinosense das décadas de 70 e 80. Confesso que senti-me realizado quando abri o seu e-mail, pois a criação desse blog tinha e tem o objetivo de reunir pessoas, colecionar histórias, fotografias, aproximar pessoas que, de alguma maneira, tiveram relação com a nossa querida cidade. Espero que outros se pronunciem, que mandem as suas fotos e os seus "causos" para que eu possa publicar aqui.
Publico na íntegra, o e-mail enviado pelo Raimundo Mário. Lembro-me claramente da confusão acontecida neste jogo Espinosense X Santa Cruz a que ele se refere. Tempo de grande paixão e sucesso no futebol de Espinosa, com grande jogos e inúmeros craques da bola, coisa que não existe mais. Ficou na saudade!


Olá Eustáquio,

Descobri seu Blog quando fuçava a Internet e confesso que fiquei surpreso com tantas informações sobre a nossa Espinosa, principalmente no que se refere ao futebol. As histórias postadas, fizeram com que eu recordasse uma das passagens mais marcantes que tive em minha infância. Vamos a ela:

Sou Raimundo, natural de Espinosa, filho de Djalma (antigo funcionário da Camig). Durante um período, fui seu colega no Banco do Brasil de lá (fui Menor Aprendiz entre 1979 e 1983).

No final de 1976, lembro que alguns membros da diretoria do Santa Cruz de Espinosa foram à nossa casa na cidade de Monte Azul para convidarem meu pai a assumir o cargo de técnico daquela equipe. Naquela época, estávamos de mudança para Espinosa e, convite aceito, assim que meu pai assumiu o posto de vendas da Camig, também assumiu a direção técnica do Santa Cruz, que naquela altura tinha as camisas em azul e amarelo (listras verticais).

O primeiro desafio foi uma série "melhor de três" que seria disputada entre Santa Cruz e Espinosense, equipe esta que levava um grande favoritismo, inclusive por ter na época jogadores pertencentes ao quadro de funcionários da Construtora M. Teixeira, que era uma espécie de patrocinadora do time. A equipe alvi-rubra contava com jogadores sensacionais como Téo, Dai, Fonso, Quita e dois atletas oriundos da vizinha Monte Azul (o goleiro Acyr e o meia Itamar).

O Santa Cruz alinhava entre outros, Sidney, o goleiro Lucidio, Dim, Pé-Duro, Tarcisinho, Valdomiro, a dupla de zagueiros Paulo Fernando e Salvador, Zé Maria e Neném Godela. Um dos torcedores mais ferrenhos era "Negão de Docha" que da beira do campo bradava:

- Terra de Vera Cruz, TERRA DE SANTA CRUZ, Brasil!

Lembro que a primeira partida terminou em 2 a 0 para o Espinosense, um resultado perfeitamente normal dada a força do adversário. Na semana seguinte, o velho Djalma ministrava os treinos sob meus olhos de criança hiper-feliz por estar tendo a aportunidade de conviver com aqueles craques. Meu pai até os dias de hoje mantém um otimismo sem limites, mas naqueles dias ele teve que exercer mais que nunca essa sua característica para levantar o moral da tropa, que sabia ter pela frente um adversário quase intransponível.

No domingo seguinte, lá estávamos nós, torcedores de Santa Cruz e Espinosense, no velho estádio onde hoje está situado o Mercado Municipal. Após o Espinosense ter aberto o placar, o Santa começou a atuar como poucas vezes presenciei uma equipe jogar nas ínumeras partidas que acompanhei nos meus tempos de criança. O resultado foi que saímos de uma derrota que parecia certa para uma virada espetacular de 2 a 1.

Para a partida final, o Santa Cruz ficou concentrado no "Clube dos Cem". Recordo que levei um jogo de dominó que eu tinha para os jogadores passarem o tempo. O clássico terminou em 1 a 0 para o Santa Cruz. Antes de a partida terminar, ouve uma grande pancadaria, que entre mortos e feridos, graças a Deus, salvaram-se todos.

Na semana seguinte, o vendedor de pastéis da Escola Estadual Comendador Viana, onde eu estudava, estava tão eufórico com a conquista inesperada, que não me deixou pagar os pastéis consumidos por eu ser, segundo ele, o "filho do homem".

Bem, parece que o troféu nunca foi entregue ao Santa Cruz. Minha vida de fanático por esportes continuou. Os anos 1980 foram terríveis, esportivamente falando, pois meu Cruzeiro Esporte Clube não ganhou praticamente nada. Ressurgimos nas décadas seguintes quando ganhamos praticamente tudo. Mudei-me de Espinosa, continuei mudando de cidades, conheci pessoas, fiz amigos, mas as melhores recordações são aquelas de criança/torcedor.

Mais que as alegrias dos triunfos proporcionados por gente do quilate de Alex (the best), Dida (decisivo), Sorin (extra-classe em tudo), ficaram as lembranças do menino recém-chegado à Espinosa naqueles três domingos fantásticos e ensolarados do início de 1977.

PS. Desculpe pelo tamanho do texto. Caso você considerá-lo razoável o suficiente para postar, está autorizado a publicá-lo, diminuí-lo, dividí-lo, etc. Caso se lembre destas partidas, também pode acrescentar informações que julgue necessárias.

Abraços,
 
Raimundo Mário

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

52 - Personalidades espinosenses: GINO SANFONEIRO

Começarei hoje a publicar aqui no blog algumas curtas entrevistas realizadas com alguns personagens marcantes da nossa história. São pessoas simples, humildes, talentosas, folclóricas, trabalhadoras, heróis da batalha do dia-a-dia, enfim, espinosenses apaixonados pela sua cidade natal. Não serão muitos, mas dão uma visão geral da nossa população, sempre dedicada ao trabalho, à amizade, à solidariedade e à hospitalidade, qualidades inerentes aos espinosenses. Espero que gostem.


Começarei estas pequenas entrevistas pelo músico, cantor e compositor espinosense Gino Sanfoneiro, talento pouco reconhecido por grande parte da nossa comunidade. Pouca gente sabe, mas Gino já gravou disco, como a dupla Gyno & Branco, tem várias músicas compostas em parceria com outros compositores e que foram gravadas por cantores e duplas sertanejas paulistas, já ganhou disco de ouro pela vendagem de mais de 250.000 cópias na Gravadora Continental, já teve música sua cantada por Tonico e Tinoco e música sua gravada pela dupla João Paulo e Daniel, além de ter sido premiado pela participação no Festival Eveready de Música Sertaneja, em setembro de 1984, em São Paulo. Gino é também um dos entusiastas fundadores do Grupo de Cavalgada Frutos da Terra e um dos criadores da pista de corrida de cavalos em Espinosa. Além disso tudo, Gino ainda é um dos leiloeiros da festa anual de São Cristóvão, emprestando o seu talento musical na animação da festa. Se isso tudo não basta, ele ainda comanda três programas de rádio na cidade: "Quarta no forró", das 15 às 17 h; "Domingo feliz", das 10 às 12 h e mais o "Sábado alegre", das 15:30 às 17 h.
Entre outras, estas músicas listadas abaixo foram compostas por ele em parceria com outros compositores adotando o pseudônimo de Tolentino. São elas:

Músicas:
Choro de amor (Manoel Egídio e Tolentino) gravada por João Paulo e Daniel.
Roda de chimarrão (Voninho, Tolentino e Antônio Aguilar),
Kidó (Tolentino e Voninho),
Dançando no rancho (Tolentino e Manoel Egídio).

LP Gyno & Branco:
Desencontro (Branco & Tolentino),
Peito xonado (Tolentino, Manoel Egídio e Branco),
Amanhã de manhã (Tolentino e Mílton José),
Será (Tolentino, Manoel Egídio e J.R.Arruda),
Maria e José (Branco e Tolentino),
Osso duro de roer (Tolentino e Manoel Egídio),
Quero ir embora (Tolentino e Manoel Egídio).

LP Edneu e Vivan:
Folha de caderno (Morgado e Tolentino),
Superstição (Morgado e Tolentino), música também interpretada por Tonico e Tinoco.

LP Vano e Valmir:
Saudade louca (Manoel Egídio e Tolentino).

LP Lau Roberto e Samuel:
O garimpeiro (Morgado e Tolentino).

CD Violeiros cantando a fé:
Fátima em Aparecida (Morgado e Tolentino). 

Participação no disco da dupla Duque e Barão Júnior.

Disco gravado como a dupla Gyno e Branco

Carteira de músico, cantor e compositor profissional

Disco de ouro por mais de 250.000 cópias vendidas na Continental

Foto histórica:
Waldick Soriano ao lado de grandes personagens
da nossa cidade: Paulo da Viola, Alcides, Gino Sanfoneiro,
Louro d´Os Cardeais, Heron, Geraldo Canixane e Carlito.

Homenagem pela participação no Festival da Record em 1984

Gino na tranquilidade da sua casa em Espinosa

Gino com a velha companheira, a sanfona

A alegria de fazer o que mais gosta: tocar

O orgulho de ter conquistado um disco de ouro

Gino ao lado da esposa Hercília e do neto Pedro Henrique
Mais do que um grande artista popular, Gino Sanfoneiro, com a sua humildade e caráter, é de uma gentileza anormal, um verdadeiro gentleman, um exemplo de generosidade. O meu sincero agradecimento e admiração.


PERFIL: GINO SANFONEIRO

Nome completo: Higino Fernandes Tolentino
Local e data de nascimento: Sussuarana, Espinosa-MG em 29.09.1947
Casado com Hercília Pinheiro Tolentino
3 filhos: Ricardo (32 anos), Renata (31 anos) e Rafael (23 anos)
2 netos: Pedro Henrique (11 anos) e Giovana (7 anos)
Time do coração: Seleção brasileira
O que mais gosta: de tocar sanfona, de brincar, de manter a tradição e de cavalgada
O que não gosta: de bebida e de frequentar botecos
O melhor de Espinosa: a solidariedade e a hospitalidade do povo espinosense
O pior de Espinosa: o esquecimento das raízes culturais, a falta de apoio à cultura e o não reconhecimento dos artistas da terra
Estilo de música: Forró e sertanejo
Músicas preferidas: Gente da minha terra (Belmonte e Amaraí) e Se Avexe, não! (Santana da Paraíba).

51 - Um humilde olhar crítico sobre a Espinosa atual

 Longe de mim querer causar polêmica, mas como bom espinosense não posso ser omisso e preciso tecer alguns comentários sobre a atual situação da nossa querida Espinosa. Estive de férias, passando alguns dias na cidade, matando a saudade e revendo amigos e familiares. Nas minhas andanças pela cidade vi coisas boas e ruins. Relatarei aqui algumas boas notícias, outras muito indesejáveis.
Comecemos pelo lado bom. Espinosa, como todo o país, usufrui do excepcional desempenho da economia brasileira, proporcionada pela excelente administração do PT, através do presidente Luís Inácio Lula da Silva. Mesmo com os efeitos devastadores da seca prolongada, que traz inúmeros prejuízos à população em geral, as centenas de novas construções pela cidade, bem como nas imediações das barragens, demonstram o desenvolvimento e a sensível melhoria da condição financeira dos habitantes da cidade. Casas de campo com piscinas, próximas das nossas barragens, casas belíssimas em vários bairros, grandes e modernas lojas sendo construídas ou reformadas e muitos carros novos e luxuosos pelas ruas demonstram a força do desenvolvimento da cidade.

Loja O Barateiro na Avenida Minas Gerais

Construção de centro comercial na Praça Cel. Heitor Antunes
Outro ponto positivo e que merece aplausos é a conscientização de empresários e comerciantes da importância de se valorizar os seus funcionários e privilegiar o bom atendimento, além de investir em tecnologia e em espaços amplos e instalações bem estruturadas. Elogie-se também a ampla uniformização dos empregados.
O asfaltamento de várias ruas nos bairros, principalmente nos Bairros Cigano e Santa Cláudia, também merece elogios, com uma pequena ressalva: falta apenas a colocação do meio-fio, o que deixa a cidade com um aspecto horrível de desleixo para com a população beneficiada. É condenável tal prática.
Quanto às possibilidades no setor de bares e restaurantes, discordo de alguns amigos que dizem não haver opções em Espinosa. Entendo estar a cidade, razoavelmente, bem provida de opções para todos os gostos. É claro que poderia ser bem melhor, mas não é de todo ruim. Vejamos: pode-se comer uma saborosa pizza no Labareda Drinks de Robertão, na Praça da Liberdade ou ainda na Pizzaria do Zé Brasinha, no Cigano. Se preferir um delicioso peixe, há o Restaurante do Cassinho, na Santana. E há outras opções no Restaurante de Cassiano. Se optar por uma comida caseira de excelente qualidade, é só ir ao Restaurante da Joaninha. E o que dizer do espetacular sarapatel com feijão tropeiro e torresmo de Ninha, no Araponga? E a enorme quantidade de boas lanchonetes que oferecem um sanduíche de ótima qualidade? E os deliciosos beijús e caldos da Tia Lia, na Praça da Liberdade? Ou os espetinhos do Zé da Belina, na Praça da Meteorologia? Tem possibilidades para todos os gostos, basta procurar.

Pizzaria do Robertão na Praça da Liberdade
Pizzaria de Zé Brasinha no Bairro Cigano (Foto de Zé Lúcio)

Restaurante do Cassinho na Vila de Santana
Restaurante da Ninha no Bairro Araponga
Barraquinha da Tia Lia na Praça da Liberdade
Mas nem tudo são flores. Falta em Espinosa, por parte dos governantes, uma melhor visão de futuro. Não há um planejamento nas ações e nas obras, visando a adequação ao futuro. Para exemplificar, basta dar uma olhada na cidade vizinha de Monte Azul e conhecer o seu ginásio poliesportivo. O nosso, merecidamente homenageando o Sr. Mateus Salviola Antunes, grande e dedicado esportista, infelizmente foi construído em dimensões diminutas e totalmente ultrapassado, com medidas da quadra aquém das medidas oficiais.  O espaço interno e das arquibancadas é totalmente insuficiente e não comporta a possibilidade de público nos eventos. Uma pena.
Ginásio Poliesportivo Mateus Salviola Antunes
Outra aberração acontece no Cemitério Municipal, que há muito tempo não comporta as necessidades da população espinosense. Não há mais espaço para sepultamentos e as covas são abertas nos corredores entre os túmulos, tornando uma tarefa praticamente impossível caminhar ao lado dos jazigos. Conforme informações a mim passadas, já existe um terreno destinado ao novo cemitério, situado ao lado do Estádio Caldeirão. Torna-se imprescindível a construção do novo cemitério o mais rapidamente possível.
Cemitério do Bonfim
Outra deficiência condenável refere-se à falta de um projeto de arborização da cidade, já que as altas temperaturas massacram a população diariamente. É uma coisa tão fácil de colocar em prática que não entendo por que ainda não foi realizada. A prefeitura deveria fornecer e plantar, nas ruas e avenidas, árvores de pequeno porte e com raízes não profundas, para não danificar passeios ou causar problemas à fiação elétrica, ficando com os moradores a responsabilidade pelo cuidado com o crescimento das plantas. Simples assim. Há ainda uma necessidade urgente de revitalização dos rios São Domingos e Bom Sucesso, sob pena de assistirmos inertes à extinção de dois rios de enorme importância para a cidade e para o meio-ambiente. Não há mais tempo. A ação tem de começar já, o mais rapidamente possível.
Rio São Domingos em tempo de seca

Rio São Domingos em tempo de seca

Rio Bom Sucesso em tempo de seca
Rio Bom Sucesso em tempo de seca

Rio São Domingos, no Mingu, em tempo de seca
Uma outra deficiência constatada por mim, verifica-se na sinalização de trânsito. Há pouquíssimas placas de trânsito nas ruas e não sei como não acontecem mais acidentes na cidade, devido à sinalização quase inexistente. Outra enorme carência se torna evidente ao caminhar pela cidade e tentar localizar os nomes das ruas. As poucas placas de sinalização dos nomes das ruas, praças e avenidas são, imagino, pelo menos uns 80 % ainda da administração do prefeito Horácio Cerqueira Tolentino, lá pelos anos 70. Lamentável!

Outra coisa que me entristece bastante é a velha e ultrapassada forma de se vivenciar a política municipal, com o uso de recursos pouco éticos e as desavenças constantes entre as pessoas. Espero que em um futuro bem próximo, uma nova maneira de fazer política prevaleça, extinguindo essas anomalias, com todos os políticos trabalhando duro em prol de toda a população, com foco no futuro progresso e desenvolvimento da cidade.
Outro problema é a falta de preocupação com a memória da história da cidade. Se temos que ficar contentes com as novas construções, também temos que nos preocupar em ver os nossos velhos prédios históricos desaparecendo rapidamente da paisagem, apagando a nossa história. Como exemplo, não mais existem o velho prédio da Escola Dom Lúcio onde estudei até a segunda série (hoje Centro Social) e a sede da Rádio Educadora, onde trabalhei por dois únicos meses.
Para finalizar, o que me deixa mais triste, entretanto, é o total abandono da questão cultural na nossa cidade. Infelizmente Espinosa é muito pobre culturalmente. É triste, mas é a mais pura verdade. Regiões mais ou tão pobres como a nossa, como o Vale do Jequitinhonha, conseguem ter uma cultura rica e variada em todas as artes. Por aqui, não há espaço nem condições para o aparecimento de talentos nas mais variadas áreas da arte e da cultura. Belas iniciativas como o Chá Literário promovido na Escola Estadual Joaquim de Freitas, pela diretora Izabel Cristina, há algum tempo, são raríssimas exceções. Existem outras, como a iniciativa do programa AABB-Comunidade e algumas tentativas de heroínas da educação, que tentam com muita dificuldade construir alguma atividade cultural para os seus alunos. Mas é muito pouco para fomentar o desenvolvimento cultural da população espinosense. Artistas talentosos da nossa terra como Gino Sanfoneiro, o pessoal d´Os Cardeais, Fernando César e tantos outros, não tem o reconhecimento que merecem. Não há diversidade musical nas programações das rádios, o que reduz assustadora e tristemente o leque de opções para o aprendizado e o conhecimento das várias tendências da música brasileira e mundial pela população. Ninguém gosta do que não conhece. Como gostar de jazz, rock and roll, blues, reggae, samba, música erudita, música instrumental, se você não ouve em lugar algum da cidade? O que se vê nas ruas, nos bares e nos clubes é o absurdo monopólio do axé e do brega, com suas letras obscenas e não muito inteligentes. E o pior, em altíssimo volume. Você é obrigado a ouvir a música que os caras gostam, na marra. Não há escapatória. Ninguém merece! Mas tudo bem, um dia a coisa muda, só nos resta esperar.
Por fim, gostaria de esclarecer que toda essa minha explanação é de uma opinião bastante particular,  ficando todos os descontentes totalmente livres e à vontade para tecer as suas críticas e discordâncias, espero que com respeito e educação, sem agressões. Espero seus comentários. Participe!

Um grande abraço espinosense.